Benedita

Sinopse: Essa história se passa antigamente, na época dos condes e barões, onde vive uma menina chamada Benedita.
Benedita é uma jovem muito incomum, pois ao contrário das outras garotas, ela gosta de ler sobre assasinatos, mistérios e descobrir incógnitas, o que faz dela uma garota com um verdadeiro espírito de detetive, mas, por ser completamente diferente de uma garota qualquer, ninguém a apoia, as irmãs a criticam e tiram sarro, e seus pais são praticamente neutros, o que faz dela uma menina um tanto solitária, mas mesmo assim, Benedita leva uma vida boa e normal.
Um dia, o vizinho de Benedita, Seu Bartolomeu, morre misteriosamente. O caso é tão inexplicável, que nem mesmo os policias foram capazes de descobrir a causa e/ou o autor do assasinato, por esse motivo, são contratados detetives famosos, entre eles, um adoece e tem que sair do caso, então, este é substítuido.
Encucada com a subistituição do detetive, Benedita resolve descobrir por quem o homem havia sido substituído e descobre q este era Carlos Frank, um garoto de mais ou menos 16 anos, (a idade de Benedita), essa passa a conviver e a se dar muito bem com o detetive, MUITO BEM sabe? E por aí vai a história... Com as aventuras, descobertas, investigações e muito romance entre Benedita e Carlos Frank (também conhecido como Frantchesco). Espero que gostem ^^

Capítulo 1 -  O canto dos sabiás.

          " Benzinho!" Como chamava ela ou "Belém do quê!" era só mais um apelido carinhoso que ela teimava em dar ao marido. Nele, terno e gravata posta, sapato tamanho 42, calças largas e cabelos ligeiramente rebeldes, esse, era Seu Genari.
          A mulher, sem nenhum pingo de luxo, chinelo daqueles felpudos, vestido colorido, avental e cabelo preso com uma faixa azul clara, bem abaianada.
          Daí foi que lhe veio a paixão, daqueles olhos claros e castanhos, da pele negra e escura e cabelos cacheados e fortes, mulher de raça.
          O marido era mais ou menos por aí, tinha cabelo bom e postura de homem comportado.
          De todo esse amor surgiu Benedita, a filha mais nova e aguçada de todos na casa, era a que melhor sabia ler e escrever, tinha hábitos de baronesa e mente de detetive, adorava imaginar situações diversas em que poderia colocar suas lógicas em prática, seu passatempo era ler livros de investigação, devoráva-os, um por um e, movida pela emoção, pesquisava novas ideologias e raciocínios, que a fizessem ficar mais sábia e aguçada do que já é...
          Moça de poucas palavras e mais pensamento, na sua cabeça parecia haver um mundo, um mundo do qual os próprios pais desconheciam...
          Já as irmãs mais velhas, de ideologia não tinham nada, preferiam sair às ruas caçando marido, do que ficarem presas em casa, lendo assassinatos, homicídios e coisas e tal... Por isso, Benedita era meio que... Isolada, tinha seu próprio gosto, o que muitas vezes tiravam as irmãs do sério:
          - Vê se acorda pra vida Benedita! Se pelo menos você usasse toda essa inteligência pra achar marido...
          - Vamos Benedita! O que é que há!
          Mas Benedita nunca dava bola, sua verdadeira paixão era ler, não podia fazer nada para evitar, esse era o seu gosto e nada mais.

Capítulo 2 - Na casa de Dona Mercedes.

          Dona Mercedes era mulher das palavras firmes, tinha bom gosto e era a tia preferida das 3 meninas e com razão, não lhe faltava a postura de mulher, sabia muito bem o que dizer em cada situação, ademas, era uma mulher compreensiva e doce.
          A casa de Sona Mercedes era meio tradicional, mas muito jeitosa, dava gosto de ter tia daquele jeito, nunca lhe faltavam os caprichos, desconhecia as empregadas, gostava de fazer tudo sozinha, por conta própria.
         Naquela tarde, Dona Mercedes convidara toda a família de Benedita para um café-da-tarde no jardim, o sol queimava o couro, aa pele pinicava e como pinicava...
         Então, perguntou as sobrinhas como ia a vida amorosa, mais do que imediatamente, as irmãs mais velhas já foram falando:
         - Ah Tia! Conheci um rapaz muito do rico, usava terno branco e andava com pasta debaixo do braço.
         - Pois o meu Tia, é filho de um comerciante muito respeitado por aqui.
         - E você minha cara Benedita? - perguntou Mercedes empolgada.
         Benedita arregalou os olhos e fez uma cara de " Eu o quê tia?" 
         A tia, com um sorrisinho, falou: 
         - Ora vamos! Vai me dizer que não paquera ninguém? Certamente há de ter os olhos voltados para algum rapaz!
        E com um sorrisinho a sobrinha responde:
        - Há de ter sim tia, Holmes...  Sherlock Holmes, a mim me encanta seu jeito de cuidar das coisas, seu raciocínio, sua destreza... Se ei de casar com alguém, que esse alguém seja Holmes...
         As irmãs, caçoando da garota responderam: 
         - É! Acho que eu também gostaria de Holmes se ele fosse REAL, eu me amarraria naqueles ombros largos...
         Benedita fez cara de emburrada e finge não ligar para os comentários, então Mercedes interfere:
         - Parem com isso. Deixem a menina ter os sonhos que quiser, ainal, os sonhos são dela.
         Então todos se acalmaram e voltaram a comer.
         Mais tarde, naquele mesmo dia, Mercedes surpreendeu Benedita lendo um livro de Holmes e encarando o seu "retrato", neste exato momento, Benedita num salto, fecha o livro, pensando que a tia iria caçoar dela.
         Tia Mercedes, porém, lhe sorri e senta junto da sobrinha dizendo:
          - Minha cara Benedita... Não têm do que se envergonhar, não irei caçoar dos seus sonhos... Acho até bom, você continuar sonhando com um homem destemido e inteligente como Holmes, do que sair por aí se engraçando com qualquer um.
          Com um grande sorriso, Benedita abraçou a tia... Pelo menos alguém no mundo a entendia.