O jogo dos lançes

Naquele instante, senti como se as palavras tivessem sumido da minha mente, meus impulsos agiam por si mesmos, as vozes me tocavam a alma... Podia ouvi-las claramente, como o doce clarão da noite, as gotas de água molhavam a terra e as transformavam em barro, assim, é como as pessoas são hoje... São terra, tem sua função, mas adquirem mais tarde, o dom de se tornar barro, macio e ao mesmo tempo sujo, é uma própria contradição.
Naquele instante, pude caminhar em direção a um além mais profundo e remoto, do qual eu nunca havia experimentado... A sensação de perder-se em pensamentos inúteis e sem importância, a irrelevância das frases mal feitas e rabiscadas, jogadas no caderno...
Sei que cometi muitos erros, isso não posso negar, já xinguei, bati, amargurei, sofri... Já joguei todos os meus erros na parede, de forma concreta, os espalhei no chão e pisei em cada um, para não comete-los de novo, as falas ficavam marcadas e os sons gravados...
Pensamentos bagunçados, cada um misturado com outro, já cheguei a quebrar meu retrato e pensar que não merecia tudo que tenho hoje, afinal, muitas das coisas não fui eu que conquistei, perdi a noção do tempo e não aproveitei bem o que deveria aproveitar, minha mente se fechou, mesmo tendo o meu coração aberto para novas experiências, me alarmava cada vez mais, visualizar o mundo em que vivo hoje, e o que os outros viviam a tempos atrás, a graça de uma conversa já estava perdida, não havia se quer motivos para se falar, apenas se falava da boca pra fora, absurdos e coisas sem sentido, a vida estava virando um jogo cada vez mais sem graça, cuja história se repetia em diversos lugares diferentes, apenas usando outros piões, as jogadas eram inovadoras, mas cruéis, o Rei de Espadas abusava da autoridade de sua coroa e fazia o que bem entendesse, eliminava cada um que tentava de opor , sem mais graça de jogar, muitos desistiam, pensando não haver mais saída, enquanto outros permaneciam calmos, com as táticas na mente, apenas esperando para usar a jogada perfeita... E assim que tinham a oportunidade, apenas diziam...
Xeque Mate!
                                          By   s2 Sakura s2